Por o dedo na ferida

Lembrei-me de um desenho que vi estes dias: um guri denunciava seus coleguinhas de escola que estavam aprontando, e em determinado momento, a professora chama a atenção do guri falando que isso não era certo. Este então pergunta se não era certo denunciar as coisas erradas, ao passo que a professora não soube responder e acabou utilizando um clichê. A impressão que eu tive foi a de que nem o criador do desenho sabia como sair dessa. Não se pode mais apontar os erros dos outros, virou uma atitude feia. Com isso em mente, crimes deixam de ser denunciados e más atitudes levadas a público: vive-se uma espiral do silêncio. O principal argumento usado é: não acuse se não quiser ser acusado. Dessa forma, ninguém corrige seus erros, ninguém busca dar o seu melhor, nivela-se por baixo. Parafraseando Leandro Karnal: "se você arrancava a cabeça das bonecas da sua irmã quando criança, não pode reclamar da corrupção no Brasil". Um sofisma interessante para ser analisado aqui: não se po