Poliana é sua inveja!

Estou há alguns dias ouvindo pessoas aleatórias falarem da tal Poliana, que é um tipo de pessoa que só vê coisa boa em tudo, não há tristeza em nada, que é uma iludida etc. Essa conceitualização é acompanhada do conselho de que se deve olhar para o lado negativo da vida, que problemas existem, que nem tudo são sorrisos, ou seja: uma vida feliz é mera ilusão.
No entanto, eu não conheço nenhuma pessoa assim - e acho que você não conhece nenhuma também. Em compensação, eu conheço muitas pessoas (muitas mesmo) que só sabem olhar para seus problemas, que não veem graça em nada, que tudo é negativo. Será que a ideia da Poliana não é apenas uma tentativa de tornar as pessoas mais tristes, que possa estar partindo de alguém que não suporta a felicidade alheia?
Essas pessoas consideradas iludidas são, na verdade, pessoas que não se deixaram levar pelo sofrimento. Elas sabem que existem problemas, mas escolheram não se lamentar e viver a vida - e serem felizes. Problemas e contratempos são reais e comuns, e as pessoas tendem não a negá-los, mas a dar um destaque exagerado a eles. Parece que hoje em dia há a moda da ostentação do sofrimento: pessoas que mostram seus problemas com orgulho, sem a mínima vontade de resolvê-los.
Quando não se ostenta o sofrimento, o vitimista tem a impressão de que o outro não tem problemas, que tudo é fácil e colorido - e aí vem a ideia de Poliana. Por vezes esta pessoa tem mais dificuldades reais que o vitimista, mas não se deixa abater. No final das contas, Poliana é apenas uma desculpa do vitimista para ostentar seus problemas sem buscar uma mudança real em sua vida.
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